sexta-feira, 30 de março de 2007

Reage!




Inquietação depravante.
Nexo sem nexo do irreal absoluto.
Néctar dos prazeres mundanos a povoar a mente dos sábios,
adestrados de prazer oculto das manhãs...


Escreve, escreve o que vem do íntimo, dos fariseus.
Subtrai os arredores dos perigos que te atormentam!
Olha como se comer fosse a fome dos mortais;
ferve por dentro a alma podre do sexo latejante de paixão,
desejo da leviandade existente em cada um dos seres errantes...


Pensa!


Pesa o ridículo das coisas orquestradas com um só estilo de máscara empalhada no nervo central do espírito;
queima, lateja...Reage ser!
Ser inoperante, inconseqüente, desumano, estático!
Fere na grande luta entre o mar e sua majestade;
o teu tão soberano e insensível pedaço de carne que corre
o teu prazer imaturo, primitivo e ignorante.


Pesa e vê o que mais te relata a tua vil e inconstante
palidez de outrora e de hoje, como sempre.
Reage e vê como fica grotesco o nome que tu dizes em vão!
Reage ser sem glória!


Reage!




Andréa Farias
Publicado na revista CEPA/POESIA - Salvador/BA

A sua voz...




De repente ao olhar para o celular me lembrei do dia que ouvi a sua voz pela primeira vez. Como eu estava ansiosa. Seria a primeira vez que ouviria a voz de alguém que já fazia parte do meu coração. Comecei a dar aula e parecia que o tempo não passava. 19:20. Ainda faltava 1 hora e 10 minutos. Até que deu as 20:20 da noite. Corri. Na sala dos professores guardei meu material e saí em disparada. Precisava dá o tal toque para o celular. O coração disparava, os sonhos quase pulavam para fora do meu corpo. Liguei. Desliguei. Exatos 3 minutos de espera. Toca o celular. E do outro lado o silêncio. Gelei. Não é possível. “Fala comigo, não faz assim”. Cai a ligação. Ligo de volta. E finalmente a sua voz. E que voz. Disparou meu coração. Me fez suar. Minhas pernas não seguiam os meus comandos. Me sentei na primeira calçada que encontrei. Tudo ao redor perdeu o nexo. Nada existia. Só a sua voz. E que voz. Grave. Forte. Linda. “Desliga que eu te ligo de volta”. Por um segundo eu tive medo. E se ele não ligasse mais? “Eu ligo”. Desliguei. E quase derrubei o objeto que faria ouvi a tua voz outra vez quando ele novamente tocou. “Oi. Pode cai a ligação. Tem pouco crédito”. “Não se preocupa. Eu ligo de volta, certo?” “Tá”. E que voz. Cada nuance. Cada tom. Cada letra. Não vi nada de errado. Sabe, ele dizia que tinha uma dificuldade na voz. Que eu iria ouvir e poderia não entender. Não vi nada disso. Para mim era a voz mais linda e excitante que eu ouvia. Era perfeita. Meu coração a acolheu até a última gota. 30 minutos conversando. E de repente não queria desligar. Mas ele tinha aula. Eu ia para casa. Nos despedimos. Me senti nas nuvens. Acho que comecei a amá-lo ali. A partir dali a sua voz sempre me fez sentir excitação, alegria. Hoje escuto os seus sussurros de amor ao meu ouvido no momento do êxtase. Sou agraciada todo dia pela sua voz. Posso dizer com sinceridade que ela é que me mostrou o amor. Calma. Meiga. Energizante. Pura. Linda. Te amo Israel. E agradeço sempre a oportunidade de te ouvir, ver, sentir e amar. Obrigada pela sua existência. Sua, eternamente, sua, Déa

O dia finalmente chegou...




O dia finalmente chegou. Era o momento que esperávamos com ansiedade. Cada roupa foi calculada. Cada música, cada instante. Ia pensando em como seria o encontro. 12 horas me separavam do meu primeiro encontro. Eu já o amava. E como seria o encontro? “Benzinho não vamos adiantar o encontro. Vamos agir naturalmente”. O medo surgiu. E se ele não gostasse de mim? E se eu não conseguir fazê-lo feliz? E se... Dúvidas. Uma, duas, várias. Conversamos um pouco. Nos despedimos. Imaginava: “A essa hora amanhã o que estaremos fazendo?” Imaginava mil coisas. Aeroporto. Duas horas de espera. Entrei em desespero. Cada minuto, segundo... Despedidas. Te ligo. Com voz sonolenta me responde “oi, amor”. Sua voz me acalma. Me deixa mais leve. Lembro que te amo. E digo “seremos felizes”. Primeira chamada. E lá vou eu rumo ao conhecido-desconhecido. Dentro do avião o pânico invade. Morro de medo de altura. “Poxa! Se eu não te amasse não subiria nisso não”. Mas amo. E superei. Uma, duas, duas horas em meia. Já olho pela janela do avião tendo consciência que estou cada vez mais próxima dele. Guarulhos. Frieza por fora e eu quente por dentro. Ligo outra vez para você. “Oi amor já estou em São Paulo. E você?” “Já, já estou indo”. “Te amo”. “Te adoro”. Desligo. Paro para pensar. Sempre é assim. Eu digo “te amo” ele diz “te adoro”. Queria ser amada. Ouvi ‘eu te amo’. Mas paciência é algo que aprendi a cultivar com meu amado. O sono bateu. O cansaço também. Somente o desejo de está ao seu lado me põe em alerta. São 9:00 da manhã. Meu celular toca. “Benzinho estou indo para a rodoviária, meu ônibus sai as 10:19”. “Estou aqui no aeroporto, cuidado amor”. “Terei, benzinho, você também” “te amo, te adoro”. “Te adoro”. Telefone desligado. Fico ali sozinha e ao mesmo tempo acompanhada. Acompanhada pelo amor que sinto. É gostoso amar. 10:00. Ainda falta mais de uma hora. Sono, desejo, aflição. Poucos minutos para subir outra vez no avião. Te ligo. “Já estou chegando a Floripa. A Aninha já me ligou dizendo que está me esperando”. “Vou embarcar. Daqui a pouco nos encontramos. Te amo.” “Te adoro”. Primeira chamada. “Atenção passageiros do vôo... com destino a Florianópolis com escala em Curitiba... Queiram por favor...” Finalmente. Fui com todo gás. Coração na mão, sorriso no rosto. Agora estava mais feliz. Duas horas, só duas horas me separavam de meu amor. Na imensidão comecei a me perguntar “será que ele vai está lá? Como será o encontro” medo, dúvidas. Coração disparado. Escala em Curitiba. Vôo atrasado. “Me espera amor”. Novamente no céu. E 25 minutos depois chego em Florianópolis. De cima vejo a cidade. E agradeço a acolhida. Converso com ela. “Serás em você que o desconhecido passará a ser conhecido. Obrigada”. “Senhores passageiros retirem suas bagagens de mão...” Primeiro degrau da escada. Segundo, terceiro. Olho para o lado e você está lá. Camisa vermelha. Lá no alto. Meu coração dispara muito mais. Não vejo mais nada. Tudo ao redor deixa de existir. Só vejo você. Lindo, amado, meu. Vou para a sala de bagagens. O celular toca. É você. Nunca revelei para você, mas o telefone quase cai da minha mão. Não ia conseguir falar. A mala demora. E mais uma vez o telefone toca. Digo mentalmente: “estou saindo amor me espera”. Malas no carrinho. Saio e logo te vejo. Ele me abraça. E me beija. Ou fui eu? Sei lá. A emoção me consumiu. Segurei na sua mão. E fomos. Nossa, estamos juntos. Finalmente. E pela segunda vez o amei. Agora pela sua pele. O seu olhar. O seu sorriso. Seu abraço. Que abraço gostoso. E amá-lo foi maravilhoso. Coisas simples como andar de mãos dadas. Abraçar. Perfeito. E assim Israel, me conquistasse outra vez. Primeiro foi a tua voz, lembra? Agora a sua presença. E o beijo no ponto de ônibus selou esse amor. E que beijo! Era real. É real. Te amo, Israel. Como seria no apartamento? Isso fica para a próxima. Obrigado, meu amor. Pelos momentos mais felizes da minha vida. Te amo! Sua Déa

Amantes




Quero você dormindo na minha cama,
Aquecendo-me com teu corpo,
Meu frio e gélido corpo.

Quero você na minha cama,
Fazendo amor comigo
Até chegar ao mais intenso êxtase



Quero você na minha cama
Sentindo-me, me amando
Fazendo-me muito feliz

Quero você na minha cama
Para te ter amante
Até o orgasmo final.

Para que por fim,
Após intenso orgasmo,
Adormecemos enrolados em lençóis de ninfa.

E assim, nos braços um do outro
Sonhamos com o prazer
E senti-lo novamente.



Israel Goulart
Andréa Farias

quinta-feira, 29 de março de 2007

PRAZER...











Quero beijar os teus lábios
sentir a tua pele
me confundir com teu cheiro
me misturar com teu gosto
Quero sentir os teus olhos
acompanhando o meu corpo
quando fazemos amor
Quero sentir o balançar do
teu corpo quando entras
em mim com todo o teu desejo
e me perder em tua seiva de paixão e prazer.
Quero ser completamente sua
te ter na minha loucura
ser tua e renascer




Te amo, Israel Goulart, és o homem do meu presente e do meu futuro. Andréa

A dois




Não sei o que aqui se passa,
Que o coração bate mais forte
A respiração fica mais ofegante,
E os pêlos do corpo ficam arrepiados
E um calafrio passa em todo meu corpo.




Sei o que sinto
Sinto desejo, Vida, paixão.
Sinto teu corpo arrepiando o meu
Teu calor me dominando
Teu cheiro me envolvendo
Num abraço revelador




As mãos começam a tocar,
Numa suave dança os corpos,
Que se movimentam a cada toque,
Num ritmo que se transforma de suave a frenético.
Que exalam o cheiro de nossa paixão.




Vejo em seu olhar
O suave brilho
A luz que centelha
A união da vida
O amor que renasce
Minha face refletida no teu Eu.
Nós


Israel Goulart
Andréa Farias

Amor total


Hoje ao acordar me perguntei o que eu fiz nesses meus tantos anos de existência. Revi sonhos, idéias, vidas. Vi os meus erros, muitos erros. Vi acertos. Senti uma dor esquisita ao ver que muita coisa se perdeu. Ao mesmo tempo vi o horizonte mais próximo. Vi que amo. Amo o homem, o menino, o amigo e o amante. Alguém muito puro e que está me ajudando a virar as páginas da minha caminhada. Agora me sinto humana, feliz, radiante. Muito diferente de antes. Sabe quando você se sente sozinha não sozinha de presença física, mas sozinha por dentro, sozinha de afeto sozinha de amor? Pois é. Eu me sentia assim. Sozinha. Entre uma crise e outra: depressão. Subidas, descidas. E ele chegou. Quente, humano, meu. Posso dizer MEU! Ou eu seria SUA? Os dois. Somos um do outro. Cada vez mais um do outro. Cada vez mais UM só. Os dias passam e o amor cresce, floresce, multiplica. VIVE! Ele com sua armadura e cavalo branco; eu com meu vestido rosa vamos vivendo calmamente esse amor. Futuros programados. Vidas unidas. Sonhos compartilhados. Cumplicidade. Somos cúmplices um do outro. Rimos juntos, choramos também, compartilhamos dores, alegrias, desejos, vida. Obrigada por proporcionar a mim o teu amor. Obrigada por permitir que eu te ame. Seremos, somos felizes. E 'Vinicius de Moraes', o eterno amante do amor, em seu "Soneto do amor total" traduz claramente o que sinto e desejo. Amo-te.


Amo-te tanto, meu amor... não cante,
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante,
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade,
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude,
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente,
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes (soneto do amor total)

Te amo Israel Goulart, o meu príncipe de armadura e cavalo branco. Sua Déa