domingo, 5 de agosto de 2007


LIRISMO EM ZECA BALEIRO (BANDEIRA)
A literatura começou com a poesia, com a canção de um nômade que antecede os rabiscos de um colono.
Joseph Brodsky
A poesia e a música têm uma estreita ligação. A própria história da poesia comprova a íntima relação entre esses dois elementos da arte. Reza a tradição que a música e a poesia nasceram juntas. De fato, a palavra “lírica”, de onde vem à expressão “poema lírico”, significava originalmente certo tipo de composição literária feita para ser cantada fazendo-se acompanhar por instrumento de corda, de preferência a lira.
Durante muito tempo a poesia foi destinada à voz e ao ouvido. Seria necessário esperar pela Idade Moderna para que a invenção da imprensa, e com ela o triunfo da escrita, acentuasse a distinção entre música e poesia. A partir do século XVI a lírica foi abandonando o canto para se destinar, cada vez mais, à leitura silenciosa.
Entretanto, mesmo separado da música, o poema continuou preservando traços daquela antiga união. Certas formas poéticas ainda vigentes como o Madrigal, o Rondó, a Balada e a Cantiga aludem francamente às formas musicais. Além disso, pode-se estudar o “andamento” de uma passagem poética ou referir-se à “harmonia” de um verso ou à “melodia” de um refrão ou estribilho de um poema. E não se pode esquecer também que, tradicionalmente, o poeta é chamado de “cantor”, assim como o poema é chamado de “canto”. Para se inspirar, Homero, o mais antigo poeta, começa a sua “odisséia” procurando ouvir o canto da Musa:
Canta para mim, ó Musa, o varão industrioso que, depois de haver saqueado a cidade de Tróia, vagueou errante por inúmeras regiões, visitou cidades e conheceu o espírito de tantos homens...
Dentro desse contexto, de que a música e a poesia têm laços eternos, vamos refletir sobre a música popular brasileira (MPB) e seu inegável valor poético.
A canção, tal como conhecemos hoje, existe há bastante tempo. Uma de suas características foi a de ser música produzida no meio popular e para ele especialmente dirigida.
Entretanto, com o advento dos meios de comunicação, ela foi abandonando aquele espontaneísmo de arte popular para entrar definitivamente nos esquemas comerciais que o rádio e a televisão vieram impulsionar. Tomando este rumo, a canção deixou de ser apenas expressão cultural de uma comunidade para atingir públicos cada vez maiores.
Uma outra característica da canção permaneceu mais intacta. Tal como a música erudita, ela pode dispensar a letra para ser apenas e tão somente uma peça musical. Contudo, é pela antiga combinação letra e música que a canção melhor se define.
Quando pensamos em música popular, logo nos vem à mente a imagem do cantor. A maioria liga o rádio e compra o CD para ouvir e aprender as canções que o intérprete nos ensina.
As palavras da letra servem para fixar a melodia na memória. Saber cantar as canções é um dos prazeres do ouvinte, e isto só é possível graças à presença da letra combinada à música.
Mesmo não desconhecendo o fato de que a canção só pode ser plenamente avaliada levando-se em consideração a intimidade essencial da letra com a música, neste trabalho vamos privilegiar a letra como objeto da nossa preocupação. Sendo assim, ela será considerada como se tivesse autonomia em relação à música.
Para exemplificarmos nossa idéia, escolhemos a canção-poema “Bandeira” do maranhense Zeca Baleiro, que ao nosso entender é repleto de líricas:
Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando ciao
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro
Se bem me lembro
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o Tejo me escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo, ter estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida noves fora zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)
Nesta canção-poema, o lirismo está presente. Nela encontramos o eu-poético exteriorizando os seus sentimentos. É visto aqui o mundo a partir da percepção do poeta já que é apresentada através da primeira pessoa do verbo querer:
Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
(...)
Para Hegel (1980, p.224), “Tudo emana do coração e da alma ou, mais exatamente, das disposições e situações particulares do poeta”.
No poema de Baleiro vemos uma situação particular, íntima do poeta, algo amargo e secreto o que confessa desejar intensamente não são as coisas dispensáveis, mas as essenciais.
Outra coisa que observamos é o elemento abstrato que provoca o estranhamento, a mudança de direção do real sentido da palavra “eu não quero ver você chorar veneno” ou “braço da Vênus de Milo acenando ciao” um jogo lúdico com as palavras já que a Vênus de Milo não tem braços.
É notório no poema o uso de metáforas simples “eu não quero beber o teu café pequeno” e metáforas de 2º grau “eu não quero ver você chorar veneno”. É uma obra rica em recursos estilisticos.
(...)
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
(...)
Aqui temos a repetição do termo “eu não quero” constituindo uma anáfora. Isso ocorre em outros versos do poema em que essa mesma expressão volta a se repetir.
Outro recurso estilístico encontrado é a aliteração e assonância
Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
(...)
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o Tejo me escorrendo das mãos
(...)
Baleiro em sua composição, não nomeia as coisas usando sempre os pronomes demonstrativos ou indefinidos:
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
(pronome demonstrativo)
(...)
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
(pronome indefinido)
(...)
Sobre o ritmo do poema, Mello (2002, p. 131) diz que
A aceleração ou desaceleração da elocução traduz a maior parte dos estados afetivos. A desaceleração progressiva da velocidade pode indicar tristeza, desencorajamento, mas também ternura.
Nos versos abaixo vamos encontrar o emprego de consoantes nasais “n” e “m”; o uso da expressão “eu não quero” denotando uma idéia melancólica, monótona, triste, certa desaceleração do ritmo da canção-poema mostrando lentidão. Também temos rimas soantes e a acentuação é grave:
Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
(...)
Nem passar agosto esperando setembro
Se bem me lembro
(...)
Considerações finais
Zeca Baleiro foge ao contexto dos lugares comuns e clichês descartáveis nacionais. Lendo-se e ouvindo-se Zeca Baleiro, não é difícil chegar a uma conclusão: ele é um poeta, compositor e músico que tem plena consciência do seu rumo. Esse mérito lhe permite transitar com rara desenvoltura pelos meandros e labirintos da poética.
Baleiro transgride a sintaxe e a ortografia, sem usar muitos sinais de pontuação desconstruindo a norma padrão em certos momentos. Com vários recursos estilísticos como em “O melhor futuro este hoje escuro”
recorrendo a supressão do verbo ser, constituindo uma elipse ou ainda nos versos “Nada tenho vez em quando tudo/ Tudo quero mais ou menos quanto”.
Zeca Baleiro nos trouxe uma canção-poema cheia de lirismo e leveza construindo uma tessitura lúdica de trocadilhos harmonicamente entrelaçados na melodia do poema que flui feito o olhar de quem o lê nas águas revisitadas do Tejo. O eu - lírico do poeta fala de alguém transtornado, sofrendo por ver o outro se destruindo, esvaindo-se na armadilha fascinante das soluções fáceis e falsas do imediatismo:
Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
(...)
E o poeta não quer compartilhar esse caminho aparentemente iluminado, mas disperso “Eu não quero isso seja lá o que isso for (...)”. E as opções existentes também não lhe interessam: ” Eu não quero aquele/ Eu não quero aquilo (...)”. Ele quer o sentimento livre dos perigos, “Peixe na boca do crocodilo”. Fluir livremente sim! Se dispedaçar no abismo não! Tudo que o poeta quer é a plenitude, a garantia da existência “Quero a Guanabara/ Quero o Rio Nilo/ Quero tudo, ter estrela, flor, estilo (...)”.
Referência bibliográfica
BALEIRO, Zeca. Por onde andará Stephen Fry?. CD 011241 – 2, MZA, 1997.
HEGEL. Caráter geral da poesia lírica. In. _____. Estática: poesia. Vol. VII. Trad. Álvaro Ribeiro. Lisboa: Guimarães Editores, 1980.
MELLO, Ana Maria Lisboa de. Poesia e imaginário. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002, p. 125 – 158.
MORAES, Maria H. M. de. A metáfora na poesia de Djavan. In: _____. Cor, som e sentido: a metáfora na poesia de Djavan. Curitiba: HD Livros/ Maceió: FAL, 2001.
PAZ, Octavio. O ritmo; o verso e a prosa. In: _____. O arco e a lira. Trad. Olga Savary. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
TEZZA, Cristóvão. A poesia segundo os poetas. In _____ . Entre a prosa e a poesia: Bakhtin e o formalismo russo. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007


Hoje meu dia passou ao vazio outra vez
A diferença é que a sensação é só física
Pois estás dentro de mim, dentro do meu coração

Te amar é tão fácil...

Seu olhar me lembra coisas boas,
Seus beijos me levam ao êxtase
Suas mãos me mostram caminhos novos
Em que se reconhecem e se encontram no seu corpo
Cada suspiro seu me faz
Viajar mais e mais no teu querer
Sei que logo mais estaremos juntos mais uma vez

Passa rápido, mas meu corpo, minha mente, minha vida sente
Necessidade mais e mais de você

Sente a urgência de te amar
De te fazer mais feliz
Te fiz feliz, amor?
Porque eu fui e sou feliz
Te amo Israel Goulart
Obrigada pelos melhores dias da minha vida.

Escrito dia 28 de junho de 2007 no aeroporto de Guarulhos/SP às 19:07.

Homemenagem ao meu amado


Há exatos 23 anos às 20 horas e 30 minutos nasce aquele que um dia ia fazer a minha vida ser maravilhosa e que me mostrou algo novo: o que é ser cúmplice do outro. Veio com um sorriso tímido, sincero, único. Sempre dizia para mim ‘eu sou diferente, as pessoas me vêem de uma forma diferente’. Para mim a diferença era o que se apresentava alguém lindo. E que voz. Já disse que eu me apaixonei pela voz dele? Quem conhece a nossa historia sabe. Foi a voz. Profunda, quente, arrepiante. O coração disparava, o arrepio vinha toda vez que aquela voz chegava bem pertinho do meu ouvido e se fazia presente. Parecia que cada célula acordava e sentia aquela vibração. Depois a sua imagem para mim a mais bonita, pois quando amamos vemos o eu interior e o dele é lindo. Lembro que a primeira coisa que ele fez foi mostrar o que ele chamava de “defeito”. Não via o defeito que ele tanto dizia ter. Infelizmente as pessoas são cegas porque olham com os olhos eu o vejo com o meu coração. E o primeiro encontro... O primeiro beijo roubado como ele diz (mas ainda discuto isso não roubei) e que beijo. Foi o primeiro de muitos e muitos. A primeira vez que nos amamos foi delirante e é assim até hoje, pois eu nunca vi olhos tão brilhantes como os seus no momento do êxtase quando ele se entrega totalmente ao meu amor confiando totalmente em mim e no que posso fazer sem questionar simplesmente sentindo o amor que tanto lhe transmito com minhas mãos e com meu olhar. Hoje o meu amado Israel, completa 23 anos e a única coisa que sinto é um enorme sentimento de gratidão a esse Pai todo poderoso por ter permitido que ele estivesse na minha vida me fazendo uma mulher muito feliz, muito MULHER. Parabéns, meu gatinho, parabéns pelo seu dia e muito obrigada por está na minha vida me amando e me fazendo feliz. TE AMO ISRAEL GOULART. Parabéns pelos seus 23 anos.
Sua Déa

Texto escrito no dia 26/07/2007 aniversário do meu amor Israel

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Uma carta para o homem que amo II




Te amo. Cada dia mais e mais. Sempre que te vejo, que escuto a sua voz, recebo o teu carinho me sinto mais feliz, humana, mulher. Nunca fui tão bem tratada. Me sinto uma rainha, uma princesa diante do que fazes a mim. Que sorriso lindo que você tem. Não me canso de olhar como fica lindo quando sorrir. Lembro de quando meus olhos viram pela primeira vez os seus olhos. Eles tinham um brilho diferente, calmo, tranqüilo. Vi amor neles, paixão, desejo, vida. Minhas mãos tremiam quando seguraram nas suas, minha voz quase não saia era tudo emoção. No carro quando encostei meu corpo no seu era o lugar que eu gostaria de está quente, seguro. E aquele beijo no terminal de ônibus? Você diz que foi roubado que eu roubei o beijo. Hehe. Quem beijou quem depois? Foi especial, maravilhoso, quente. E no hotel? Cada beijo, cada suspiro, cada instante, tudo que mais sonhamos. Lembra daquele dia que fomos comer pipoca na beira da piscina às três e meia da manhã e como companhia dois bichanos? Foram os únicos naquele momento a verem os nossos beijos, os nossos carinhos, a nossa risada. (Isso sem falar da escada, lembra? Tinha pipoca nela pela manhã eu vi). Aquele dia amanheceu chovendo. O friozinho pedia abraços, beijos e mais carinhos. E passamos mais um dia assim. Nos amando, nos desejando e vivendo mais e mais. Nos seus braços me sinto protegida, feliz. Minha vida é outra hoje. Amo e sou amada. Amo e sou feliz.




Obrigada Israel Goulart por fazer a parte da minha vida por me amar. Agradeço o teu amor, o teu carinho, o teu respeito a mim, a sua atenção. Te amar é a minha melhor qualidade. Te amo, te amo sempre. Te adoro, meu gatinho. Você é maravilhoso sabia? Beijos milhares, zilhares deles, sua Déa

quinta-feira, 5 de abril de 2007

CORPOS



Entrepostos,
Em um movimento frenético
Num incansante entrar e sair,
Em meio a beijos calientes
Dois amantes se encontram na areia da praia.



Beijos, sonhos, desejo,
Mãos que se tocam,
corpos que se respiram
Olhares brilhantes, balanços
Gemidos, sabores somados
Cheiros trocados
Unidos ao sabor do vento
Se lançam
Se unem
Somam-se
Nascem, morrem
No mesmo ritmo
No mesmo encanto
Ao mesmo sol.



A areia da praia rosna seus corpos nus
Que atenuado pelos arranhões,
Provocam valas em seus corpos.
Corpos percorridos por suas línguas trocadas,
Corpos arranhados e doloridos
Por fim adormecem,
Após um forte e compartilhado orgasmo.



Andréa Farias
Israel Goulart

terça-feira, 3 de abril de 2007

Terra de Ninguém...


Procuro cada vez mais e não encontro...
Rostos, máscaras...
Sonhos frustrados.
Na parede um lampião,
Uma foto amarelada.
O silêncio do vento...
Na mesinha do canto
Um relógio sem marcas do tempo...
Em um ponto da sala esquecido
Um olhar parado...
Tento em vão trazê-lo até mim.
Tudo concorre para o irreal.
Na estante esquecido Baudelaire
Único resquício de vida
A poeira cerca o lugar
A cadeira de balanço
Num movimento vagaroso,
Mas insistente.
Sombras na sacada
A lua entra pela fresta da janela
Janela suja, preta, imunda
Terra de senhor ninguém...


Andréa Farias

sexta-feira, 30 de março de 2007

Reage!




Inquietação depravante.
Nexo sem nexo do irreal absoluto.
Néctar dos prazeres mundanos a povoar a mente dos sábios,
adestrados de prazer oculto das manhãs...


Escreve, escreve o que vem do íntimo, dos fariseus.
Subtrai os arredores dos perigos que te atormentam!
Olha como se comer fosse a fome dos mortais;
ferve por dentro a alma podre do sexo latejante de paixão,
desejo da leviandade existente em cada um dos seres errantes...


Pensa!


Pesa o ridículo das coisas orquestradas com um só estilo de máscara empalhada no nervo central do espírito;
queima, lateja...Reage ser!
Ser inoperante, inconseqüente, desumano, estático!
Fere na grande luta entre o mar e sua majestade;
o teu tão soberano e insensível pedaço de carne que corre
o teu prazer imaturo, primitivo e ignorante.


Pesa e vê o que mais te relata a tua vil e inconstante
palidez de outrora e de hoje, como sempre.
Reage e vê como fica grotesco o nome que tu dizes em vão!
Reage ser sem glória!


Reage!




Andréa Farias
Publicado na revista CEPA/POESIA - Salvador/BA

A sua voz...




De repente ao olhar para o celular me lembrei do dia que ouvi a sua voz pela primeira vez. Como eu estava ansiosa. Seria a primeira vez que ouviria a voz de alguém que já fazia parte do meu coração. Comecei a dar aula e parecia que o tempo não passava. 19:20. Ainda faltava 1 hora e 10 minutos. Até que deu as 20:20 da noite. Corri. Na sala dos professores guardei meu material e saí em disparada. Precisava dá o tal toque para o celular. O coração disparava, os sonhos quase pulavam para fora do meu corpo. Liguei. Desliguei. Exatos 3 minutos de espera. Toca o celular. E do outro lado o silêncio. Gelei. Não é possível. “Fala comigo, não faz assim”. Cai a ligação. Ligo de volta. E finalmente a sua voz. E que voz. Disparou meu coração. Me fez suar. Minhas pernas não seguiam os meus comandos. Me sentei na primeira calçada que encontrei. Tudo ao redor perdeu o nexo. Nada existia. Só a sua voz. E que voz. Grave. Forte. Linda. “Desliga que eu te ligo de volta”. Por um segundo eu tive medo. E se ele não ligasse mais? “Eu ligo”. Desliguei. E quase derrubei o objeto que faria ouvi a tua voz outra vez quando ele novamente tocou. “Oi. Pode cai a ligação. Tem pouco crédito”. “Não se preocupa. Eu ligo de volta, certo?” “Tá”. E que voz. Cada nuance. Cada tom. Cada letra. Não vi nada de errado. Sabe, ele dizia que tinha uma dificuldade na voz. Que eu iria ouvir e poderia não entender. Não vi nada disso. Para mim era a voz mais linda e excitante que eu ouvia. Era perfeita. Meu coração a acolheu até a última gota. 30 minutos conversando. E de repente não queria desligar. Mas ele tinha aula. Eu ia para casa. Nos despedimos. Me senti nas nuvens. Acho que comecei a amá-lo ali. A partir dali a sua voz sempre me fez sentir excitação, alegria. Hoje escuto os seus sussurros de amor ao meu ouvido no momento do êxtase. Sou agraciada todo dia pela sua voz. Posso dizer com sinceridade que ela é que me mostrou o amor. Calma. Meiga. Energizante. Pura. Linda. Te amo Israel. E agradeço sempre a oportunidade de te ouvir, ver, sentir e amar. Obrigada pela sua existência. Sua, eternamente, sua, Déa

O dia finalmente chegou...




O dia finalmente chegou. Era o momento que esperávamos com ansiedade. Cada roupa foi calculada. Cada música, cada instante. Ia pensando em como seria o encontro. 12 horas me separavam do meu primeiro encontro. Eu já o amava. E como seria o encontro? “Benzinho não vamos adiantar o encontro. Vamos agir naturalmente”. O medo surgiu. E se ele não gostasse de mim? E se eu não conseguir fazê-lo feliz? E se... Dúvidas. Uma, duas, várias. Conversamos um pouco. Nos despedimos. Imaginava: “A essa hora amanhã o que estaremos fazendo?” Imaginava mil coisas. Aeroporto. Duas horas de espera. Entrei em desespero. Cada minuto, segundo... Despedidas. Te ligo. Com voz sonolenta me responde “oi, amor”. Sua voz me acalma. Me deixa mais leve. Lembro que te amo. E digo “seremos felizes”. Primeira chamada. E lá vou eu rumo ao conhecido-desconhecido. Dentro do avião o pânico invade. Morro de medo de altura. “Poxa! Se eu não te amasse não subiria nisso não”. Mas amo. E superei. Uma, duas, duas horas em meia. Já olho pela janela do avião tendo consciência que estou cada vez mais próxima dele. Guarulhos. Frieza por fora e eu quente por dentro. Ligo outra vez para você. “Oi amor já estou em São Paulo. E você?” “Já, já estou indo”. “Te amo”. “Te adoro”. Desligo. Paro para pensar. Sempre é assim. Eu digo “te amo” ele diz “te adoro”. Queria ser amada. Ouvi ‘eu te amo’. Mas paciência é algo que aprendi a cultivar com meu amado. O sono bateu. O cansaço também. Somente o desejo de está ao seu lado me põe em alerta. São 9:00 da manhã. Meu celular toca. “Benzinho estou indo para a rodoviária, meu ônibus sai as 10:19”. “Estou aqui no aeroporto, cuidado amor”. “Terei, benzinho, você também” “te amo, te adoro”. “Te adoro”. Telefone desligado. Fico ali sozinha e ao mesmo tempo acompanhada. Acompanhada pelo amor que sinto. É gostoso amar. 10:00. Ainda falta mais de uma hora. Sono, desejo, aflição. Poucos minutos para subir outra vez no avião. Te ligo. “Já estou chegando a Floripa. A Aninha já me ligou dizendo que está me esperando”. “Vou embarcar. Daqui a pouco nos encontramos. Te amo.” “Te adoro”. Primeira chamada. “Atenção passageiros do vôo... com destino a Florianópolis com escala em Curitiba... Queiram por favor...” Finalmente. Fui com todo gás. Coração na mão, sorriso no rosto. Agora estava mais feliz. Duas horas, só duas horas me separavam de meu amor. Na imensidão comecei a me perguntar “será que ele vai está lá? Como será o encontro” medo, dúvidas. Coração disparado. Escala em Curitiba. Vôo atrasado. “Me espera amor”. Novamente no céu. E 25 minutos depois chego em Florianópolis. De cima vejo a cidade. E agradeço a acolhida. Converso com ela. “Serás em você que o desconhecido passará a ser conhecido. Obrigada”. “Senhores passageiros retirem suas bagagens de mão...” Primeiro degrau da escada. Segundo, terceiro. Olho para o lado e você está lá. Camisa vermelha. Lá no alto. Meu coração dispara muito mais. Não vejo mais nada. Tudo ao redor deixa de existir. Só vejo você. Lindo, amado, meu. Vou para a sala de bagagens. O celular toca. É você. Nunca revelei para você, mas o telefone quase cai da minha mão. Não ia conseguir falar. A mala demora. E mais uma vez o telefone toca. Digo mentalmente: “estou saindo amor me espera”. Malas no carrinho. Saio e logo te vejo. Ele me abraça. E me beija. Ou fui eu? Sei lá. A emoção me consumiu. Segurei na sua mão. E fomos. Nossa, estamos juntos. Finalmente. E pela segunda vez o amei. Agora pela sua pele. O seu olhar. O seu sorriso. Seu abraço. Que abraço gostoso. E amá-lo foi maravilhoso. Coisas simples como andar de mãos dadas. Abraçar. Perfeito. E assim Israel, me conquistasse outra vez. Primeiro foi a tua voz, lembra? Agora a sua presença. E o beijo no ponto de ônibus selou esse amor. E que beijo! Era real. É real. Te amo, Israel. Como seria no apartamento? Isso fica para a próxima. Obrigado, meu amor. Pelos momentos mais felizes da minha vida. Te amo! Sua Déa

Amantes




Quero você dormindo na minha cama,
Aquecendo-me com teu corpo,
Meu frio e gélido corpo.

Quero você na minha cama,
Fazendo amor comigo
Até chegar ao mais intenso êxtase



Quero você na minha cama
Sentindo-me, me amando
Fazendo-me muito feliz

Quero você na minha cama
Para te ter amante
Até o orgasmo final.

Para que por fim,
Após intenso orgasmo,
Adormecemos enrolados em lençóis de ninfa.

E assim, nos braços um do outro
Sonhamos com o prazer
E senti-lo novamente.



Israel Goulart
Andréa Farias

quinta-feira, 29 de março de 2007

PRAZER...











Quero beijar os teus lábios
sentir a tua pele
me confundir com teu cheiro
me misturar com teu gosto
Quero sentir os teus olhos
acompanhando o meu corpo
quando fazemos amor
Quero sentir o balançar do
teu corpo quando entras
em mim com todo o teu desejo
e me perder em tua seiva de paixão e prazer.
Quero ser completamente sua
te ter na minha loucura
ser tua e renascer




Te amo, Israel Goulart, és o homem do meu presente e do meu futuro. Andréa

A dois




Não sei o que aqui se passa,
Que o coração bate mais forte
A respiração fica mais ofegante,
E os pêlos do corpo ficam arrepiados
E um calafrio passa em todo meu corpo.




Sei o que sinto
Sinto desejo, Vida, paixão.
Sinto teu corpo arrepiando o meu
Teu calor me dominando
Teu cheiro me envolvendo
Num abraço revelador




As mãos começam a tocar,
Numa suave dança os corpos,
Que se movimentam a cada toque,
Num ritmo que se transforma de suave a frenético.
Que exalam o cheiro de nossa paixão.




Vejo em seu olhar
O suave brilho
A luz que centelha
A união da vida
O amor que renasce
Minha face refletida no teu Eu.
Nós


Israel Goulart
Andréa Farias

Amor total


Hoje ao acordar me perguntei o que eu fiz nesses meus tantos anos de existência. Revi sonhos, idéias, vidas. Vi os meus erros, muitos erros. Vi acertos. Senti uma dor esquisita ao ver que muita coisa se perdeu. Ao mesmo tempo vi o horizonte mais próximo. Vi que amo. Amo o homem, o menino, o amigo e o amante. Alguém muito puro e que está me ajudando a virar as páginas da minha caminhada. Agora me sinto humana, feliz, radiante. Muito diferente de antes. Sabe quando você se sente sozinha não sozinha de presença física, mas sozinha por dentro, sozinha de afeto sozinha de amor? Pois é. Eu me sentia assim. Sozinha. Entre uma crise e outra: depressão. Subidas, descidas. E ele chegou. Quente, humano, meu. Posso dizer MEU! Ou eu seria SUA? Os dois. Somos um do outro. Cada vez mais um do outro. Cada vez mais UM só. Os dias passam e o amor cresce, floresce, multiplica. VIVE! Ele com sua armadura e cavalo branco; eu com meu vestido rosa vamos vivendo calmamente esse amor. Futuros programados. Vidas unidas. Sonhos compartilhados. Cumplicidade. Somos cúmplices um do outro. Rimos juntos, choramos também, compartilhamos dores, alegrias, desejos, vida. Obrigada por proporcionar a mim o teu amor. Obrigada por permitir que eu te ame. Seremos, somos felizes. E 'Vinicius de Moraes', o eterno amante do amor, em seu "Soneto do amor total" traduz claramente o que sinto e desejo. Amo-te.


Amo-te tanto, meu amor... não cante,
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante,
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade,
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude,
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente,
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes (soneto do amor total)

Te amo Israel Goulart, o meu príncipe de armadura e cavalo branco. Sua Déa